terça-feira, 25 de junho de 2013

FICHA DO 7°ANO

Liberdade




(Retirado da página de humor do Facebook “O bode gaiato”)

Podemos dizer que a liberdade é o bem mais valioso que nós temos. Seria muito estranho alguém que se privasse da sua liberdade por decisão própria. A liberdade é uma coisa tão valiosa que quando alguém comete um crime, a punição mais temível, fora a pena de morte, é a prisão. Mas, será que nós sabemos exatamente o que é liberdade?  
Tendemos a dizer que liberdade é fazer aquilo que queremos fazer. Disso, podemos concluir que liberdade é a ausência de determinações que nos obriguem a fazer o que não queremos. Porém, antes de falar sobre liberdade propriamente, falemos sobre o que vem a ser o determinismo: “De acordo com o Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, determinismo  é o “princípio segundo o qual tudo no universo, até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente determinado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão da nossa cabeça”. Segundo o Vocabulário de Filosofia, determinismo é “a teoria segundo a qual tudo está determinado, isto é, submetido a condições necessárias e suficientes, elas próprias também determinadas”.
Até hoje, encontramos muitas pessoas que dizem: “o destino está traçado”. Esta expressão quer dizer que todas as nossas ações e nosso comportamento não são frutos dos nossos quereres, mas, de uma lei geral que determina nossos comportamentos. Na Grécia antiga, havia a concepção de que não tínhamos liberdade sobre nossos atos. Vejamos um resumo da história do dramaturgo Sófocles, que sintetiza bem a ideia do determinismo para os povos antigos. (Resumo retirado da Wikipedia, no verbete: Édipo).
            Monte Citerão, entre Tebas e Corinto. Um bebê foi abandonado as margens de um rio e um pastor, por piedade, salva o menino. E é adotado por um rei chamado Pólibo. Muitos anos depois, o jovem de nome Édipo decide ir ao oráculo de Delfos para perguntar sobre sua origem. Lá ele recebe uma terrível profecia: estava destinado a matar o pai e casar com a própria mãe. A fim de evitar o desastre, Édipo abandona Corinto. Em suas andanças, encontra um velho homem, que o maltrata. Com muita raiva, mata o viajante e quase toda sua turma (um só homem escapa). Seguindo sem rumo, chega às portas de Tebas, onde a Esfinge propõe-lhe um enigma. Se errar, morrerá. A resposta de Édipo salva a sua vida e a da cidade. Como dupla recompensa, recebe de Creonte – irmão da rainha e até então regente de Tebas – o título de rei e a mão de Jocasta, viúva de Laio, o rei assassinado misteriosamente.

Passam-se mais de quinze anos. Uma peste terrível assola a cidade. Após consulta ao oráculo de Delfos, Creonte diz ao rei que, para livrar a cidade do flagelo, é preciso encontrar e punir o assassino de Laio. Édipo diz aos tebanos que o criminoso, banido, será maldito para sempre. O cego Tirésias, chamado para ajudar nas investigações, diz a Édipo que o assassino está mais perto do que ele imagina. O rei se lembra então da antiga profecia que o fez sair de Corinto e teme ter fracassado na tentativa de se opor ao seu destino. Em pouco tempo, chega um mensageiro de Corinto noticiando a morte de Pólibo, de quem Édipo não era filho legítimo, conforme se vem a saber. Quase ao mesmo tempo, aparece o homem que compunha a comitiva de Laio no dia em que este foi morto. Trata-se do mesmo pastor que abandonara o bebê no monte Citerão. Aquela criança está agora diante dele: é o rei de Tebas. Tudo se revela: Édipo matara seu verdadeiro pai (Laio) e desposara sua mãe (Jocasta).
A rainha suicida-se e Édipo fura os próprios olhos. Cego, Édipo decide abandonar a cidade. Seguindo a sugestão de Creonte, porém, permanece por mais algum tempo em Tebas. Testemunhando a luta de seus dois filhos pelo poder, amaldiçoa-os e torna-se novamente andarilho; sua filha Antígona guia-o. Ao aproximar-se dos bosques de Colono, pressente que logo morrerá. A terra que o acolhe se torna sagrada.
            Vemos com esse resumo, o espírito determinista que havia entre os gregos. Com o advento (a chegada) do cristianismo, a ideia de que somos livres  começa a ganhar força, de tal maneira que influenciou e influencia até hoje as civilizações do mundo.

TIPOS DE LIBERDADE[1]
Quando nos referimos à liberdade de maneira geral, é preciso admitir que são variadas as maneiras pelas quais pode­mos compreendê-la. Se ninguém é so­litário, pois convive na comunidade dos homens, a liberdade é um desafio que permeia todos os campos da atividade humana.
Assim, podemos falar em liberdade ética quando nos referimos ao sujeito moral, capaz de decidir por si mesmo a respeito de como deve se conduzir sua vida, em relação a si mesmo e aos outros. Kant dizia que a liberdade consiste na obe­diência às leis que o próprio sujeito mo­ral se impõe.
No entanto, ser autônomo é um de­safio que muitas pessoas não conse­guem suportar. Os riscos de enganos, a  angústia de ter sempre que decidir por si próprio e a responsabilidade que o ato li­vre acarreta fazem com que a liberda­de seja considerada antes um pesado fardo do que privilégio. Por isso há tantos que a ela renunciam, para se aco­modarem na segurança das verdades dadas.
A liberdade econômica onde as pessoas podem adquirir os bens que elas querem, podem pagar pelos serviços que querem, sejam eles, escolas, restaurantes, planos de saúde, etc.
Porém, nem todo mundo tem essa liberdade econômica. Muitas pessoas vivem a sua vida
A liberdade jurídica é uma das conquis­tas das modernas sociedades democrá­ticas que defendem a igualdade perante a lei. Ninguém pode ser submetido à servidão e à escravidão; qualquer um tem (ou deveria ter...) a garantia da li­berdade de locomoção, pensamento, agremiação e ação, nos limites estabe­lecidos pela lei.
A aristocracia supõe a existência de indivíduos "especiais" (aristos, "óti­mo") que teriam privilégios. Foi con­tra as vantagens da nobreza que a bur­guesia se insurgiu no século XVIII, im­plantando os ideais contidos na Decla­ração dos Direitos que serviram de ins­piração para a construção da nova or­dem jurídica daí em diante.
No entanto, nem todos têm acesso à lei de igual maneira. A justiça é lenta e cara e o poder econômico interfere sempre que pode. Ao se fazer as leis de um país, é quase impossível evitar a in­terferência daqueles que detêm algum poder e desejam manter privilégios. Por ocasião da Constituinte de 1988, a dis­cussão a respeito dos mais diversos as­suntos, como reforma agrária, aposen­tadoria e verbas para educação públi­ca, foi alvo de pressões as mais diver­sas, não podendo ser subestimadas as forças decorrentes do poder econômico.
Até aqui nos referimos ao homem enquanto participante da sociedade civil, isto é, enquanto pai, filho, trabalha­dor, empresário, estudante e assim por diante. Os espaços da casa, da fábrica, da escola são caminhos possíveis da li­berdade (ou não!...).
A liberdade política se coloca no espa­ço público, no espaço do cidadão, isto é, do homem enquanto participante dos destinos de sua cidade, de seu estado e país
Há liberdade política quando o cida­dão tem conhecimento do que aconte­ce nas diversas instâncias do poder pú­blico. Além do conhecimento, é preci­so que exista a liberdade de opinião, de voto, de associação, enfim do livre exer­cício da cidadania, com suas múltiplas características.
Ser livre em política é amadurecer o suficiente para aceitar o pluralismo, e portanto conviver com a diferença e os inevitáveis confrontos dela decorrentes. É amadurecer para superar os interes­ses pessoais quando isso for exigido pe­lo interesse coletivo.
Um, filósofo do século XVI, perguntava-se, um tanto confuso, por que o homem troca a liberdade pela "servidão voluntária", essa estranha expressão aparentemente inconcebível: como é possível que o homem, sendo essencialmente liberdade, deseje se submeter a outro?
Não precisamos ir longe para confir­mar isso: quando vivemos situações de relativa intranqüilidade, com muitas greves, inflação ou alto índice de crimi­nalidade, sempre surgem pessoas que anseiam por um "braço forte" que "po­nha ordem na casa". Pede-se a volta do "pai onipotente", quer seja Hitler na Alemanha nazista, quer sejam os gene­rais do golpe militar no Brasil.
Podemos concluir que a liberdade não é alguma coisa que é dada, mas re­sulta de um projeto de ação. É uma ár­dua tarefa cujos desafios nem sempre são suportados pelo homem, daí resul­tando os riscos de perda da liberdade. Como vimos, os descaminhos da liber­dade surgem quando ela é sufocada à revelia do sujeito no caso da escra­vidão, da prisão injusta, da exploração do trabalho, do governo autoritário — ou quando o próprio homem a ela ab­dica, seja por comodismo, medo ou insegurança.
Cabe à reflexão filosófica o olhar atento para denunciar os atos de pre­potência bem como a ação silenciosa da alienação e da ideologia.


Exercício

1)    Defina o que vem a ser liberdade na sua concepção.

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2)    Conceitue o que vem a ser Determinismo.

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3)    Que relações podemos fazer com o mito de Édipo e o determinismo?
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4)    Comente a seguinte frase do músico Renato Russo na canção “Há Tempos”: “disciplina é liberdade”

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5)    Comente sobre a relação entre o tipo de liberdade, chamado liberdade econômica e o documentário “Ilha das flores”.

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[1] Adaptado do livro “Temas de Filosofia”

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