FICHA DO 7°ANO
Liberdade
(Retirado da página
de humor do Facebook “O bode gaiato”)
Podemos
dizer que a liberdade é o bem mais valioso que nós temos. Seria muito estranho
alguém que se privasse da sua liberdade por decisão própria. A liberdade é uma
coisa tão valiosa que quando alguém comete um crime, a punição mais temível,
fora a pena de morte, é a prisão. Mas, será que nós sabemos exatamente o que é
liberdade?
Tendemos
a dizer que liberdade é fazer aquilo que queremos fazer. Disso, podemos
concluir que liberdade é a ausência de determinações que nos obriguem a fazer o
que não queremos. Porém, antes de falar sobre liberdade propriamente, falemos
sobre o que vem a ser o determinismo:
“De acordo com o Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, determinismo é o “princípio segundo o qual tudo no
universo, até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e
imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente determinado
pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão da nossa
cabeça”. Segundo o Vocabulário de Filosofia, determinismo é “a teoria segundo a
qual tudo está determinado, isto é, submetido a condições necessárias e
suficientes, elas próprias também determinadas”.
Até hoje,
encontramos muitas pessoas que dizem: “o destino está traçado”. Esta expressão
quer dizer que todas as nossas ações e nosso comportamento não são frutos dos
nossos quereres, mas, de uma lei geral que determina nossos comportamentos. Na
Grécia antiga, havia a concepção de que não tínhamos liberdade sobre nossos
atos. Vejamos um resumo da história do dramaturgo Sófocles, que sintetiza bem a
ideia do determinismo para os povos antigos. (Resumo retirado da Wikipedia, no
verbete: Édipo).
Monte Citerão, entre Tebas e
Corinto. Um bebê foi abandonado as margens de um rio e um pastor, por piedade,
salva o menino. E é adotado por um rei chamado Pólibo. Muitos anos depois, o
jovem de nome Édipo decide ir ao oráculo de Delfos para perguntar sobre sua
origem. Lá ele recebe uma terrível profecia: estava destinado a matar o pai e
casar com a própria mãe. A fim de evitar o desastre, Édipo abandona Corinto. Em
suas andanças, encontra um velho homem, que o maltrata. Com muita raiva, mata o
viajante e quase toda sua turma (um só homem escapa). Seguindo sem rumo, chega
às portas de Tebas, onde a Esfinge propõe-lhe um enigma. Se errar, morrerá. A
resposta de Édipo salva a sua vida e a da cidade. Como dupla recompensa, recebe
de Creonte – irmão da rainha e até então regente de Tebas – o título de rei e a
mão de Jocasta, viúva de Laio, o rei assassinado misteriosamente.
Passam-se
mais de quinze anos. Uma peste terrível assola a cidade. Após consulta ao
oráculo de Delfos, Creonte diz ao rei que, para livrar a cidade do flagelo, é
preciso encontrar e punir o assassino de Laio. Édipo diz aos tebanos que o
criminoso, banido, será maldito para sempre. O cego Tirésias, chamado para
ajudar nas investigações, diz a Édipo que o assassino está mais perto do que
ele imagina. O rei se lembra então da antiga profecia que o fez sair de Corinto
e teme ter fracassado na tentativa de se opor ao seu destino. Em pouco tempo,
chega um mensageiro de Corinto noticiando a morte de Pólibo, de quem Édipo não
era filho legítimo, conforme se vem a saber. Quase ao mesmo tempo, aparece o
homem que compunha a comitiva de Laio no dia em que este foi morto. Trata-se do
mesmo pastor que abandonara o bebê no monte Citerão. Aquela criança está agora
diante dele: é o rei de Tebas. Tudo se revela: Édipo matara seu verdadeiro pai
(Laio) e desposara sua mãe (Jocasta).
A
rainha suicida-se e Édipo fura os próprios olhos. Cego, Édipo decide abandonar
a cidade. Seguindo a sugestão de Creonte, porém, permanece por mais algum tempo
em Tebas. Testemunhando a luta de seus dois filhos pelo poder, amaldiçoa-os e
torna-se novamente andarilho; sua filha Antígona guia-o. Ao aproximar-se dos
bosques de Colono, pressente que logo morrerá. A terra que o acolhe se torna
sagrada.
Vemos com esse resumo, o espírito
determinista que havia entre os gregos. Com o advento (a chegada) do
cristianismo, a ideia de que somos livres
começa a ganhar força, de tal maneira que influenciou e influencia até
hoje as civilizações do mundo.
Quando nos referimos à liberdade de maneira
geral, é preciso admitir que são variadas as maneiras pelas quais podemos
compreendê-la. Se ninguém é solitário, pois convive na comunidade dos homens,
a liberdade é um desafio que permeia todos os campos da atividade humana.
Assim, podemos falar em liberdade ética quando nos referimos ao sujeito moral,
capaz de decidir por si mesmo a respeito de como deve se conduzir sua vida, em
relação a si mesmo e aos outros. Kant dizia que a liberdade consiste na obediência
às leis que o próprio sujeito moral se impõe.
No entanto, ser autônomo é um desafio que
muitas pessoas não conseguem suportar. Os riscos de enganos, a angústia de ter sempre que decidir por si
próprio e a responsabilidade que o ato livre acarreta fazem com que a liberdade
seja considerada antes um pesado fardo do que privilégio. Por isso há tantos
que a ela renunciam, para se acomodarem na segurança das verdades dadas.
A liberdade econômica onde as pessoas podem adquirir os bens
que elas querem, podem pagar pelos serviços que querem, sejam eles, escolas,
restaurantes, planos de saúde, etc.
Porém, nem todo mundo tem essa liberdade
econômica. Muitas pessoas vivem a sua vida
A liberdade jurídica é uma das conquistas das modernas
sociedades democráticas que defendem a igualdade perante a lei. Ninguém pode
ser submetido à servidão e à escravidão; qualquer um tem (ou deveria ter...) a
garantia da liberdade de locomoção, pensamento, agremiação e ação, nos limites
estabelecidos pela lei.
A aristocracia supõe a existência de indivíduos
"especiais" (aristos, "ótimo")
que teriam privilégios. Foi contra as vantagens da nobreza que a burguesia se
insurgiu no século XVIII, implantando os ideais contidos na Declaração dos
Direitos que serviram de inspiração para a construção da nova ordem jurídica
daí em diante.
No entanto, nem todos têm acesso à lei de igual
maneira. A justiça é lenta e cara e o poder econômico interfere sempre que
pode. Ao se fazer as leis de um país, é quase impossível evitar a interferência
daqueles que detêm algum
poder e desejam manter privilégios. Por ocasião
da Constituinte de 1988, a discussão a respeito dos mais diversos assuntos,
como reforma agrária, aposentadoria e verbas para educação pública, foi alvo
de pressões as mais diversas, não podendo ser subestimadas as forças
decorrentes do poder econômico.
Até aqui nos referimos ao homem enquanto
participante da sociedade civil, isto é, enquanto pai, filho, trabalhador,
empresário, estudante e assim por diante. Os espaços da casa, da fábrica, da
escola são caminhos possíveis da liberdade (ou não!...).
A liberdade política se coloca no espaço público, no espaço
do cidadão, isto é, do homem enquanto participante dos destinos de sua cidade,
de seu estado e país
Há liberdade política quando o cidadão tem
conhecimento do que acontece nas diversas instâncias do poder público. Além
do conhecimento, é preciso que exista a liberdade de opinião, de voto, de
associação, enfim do livre exercício da cidadania, com suas múltiplas
características.
Ser livre em política é amadurecer o suficiente
para aceitar o pluralismo, e portanto conviver com a diferença e os inevitáveis
confrontos dela decorrentes. É amadurecer para superar os interesses pessoais
quando isso for exigido pelo interesse coletivo.
Um, filósofo do século XVI, perguntava-se, um
tanto confuso, por que o homem troca a liberdade pela "servidão
voluntária", essa estranha expressão aparentemente inconcebível: como é
possível que o homem, sendo essencialmente liberdade, deseje se submeter a
outro?
Não precisamos ir longe para confirmar isso: quando
vivemos situações de relativa intranqüilidade, com muitas greves, inflação ou
alto índice de criminalidade, sempre surgem pessoas que anseiam por um
"braço forte" que "ponha ordem na casa". Pede-se a volta
do "pai onipotente", quer seja Hitler na Alemanha nazista, quer sejam
os generais do golpe militar no Brasil.
Podemos concluir que a liberdade não é alguma
coisa que é dada, mas resulta de um projeto de ação. É uma árdua tarefa cujos
desafios nem sempre são suportados pelo homem, daí resultando os riscos de
perda da liberdade. Como vimos, os descaminhos da liberdade surgem quando ela
é sufocada à revelia do sujeito — no
caso da escravidão, da prisão injusta, da exploração do trabalho, do governo
autoritário — ou quando o próprio homem a ela abdica, seja por comodismo, medo
ou insegurança.
Cabe à reflexão filosófica o olhar atento para
denunciar os atos de prepotência bem como a ação silenciosa da alienação e da
ideologia.
Exercício
1) Defina o que vem a
ser liberdade na sua concepção.
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2)
Conceitue o que vem a ser Determinismo.
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3)
Que relações podemos fazer com o mito de
Édipo e o determinismo?
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4)
Comente a seguinte frase do músico Renato
Russo na canção “Há Tempos”: “disciplina é liberdade”
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5)
Comente sobre a relação entre o tipo de
liberdade, chamado liberdade econômica e o documentário “Ilha das flores”.
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