terça-feira, 10 de outubro de 2017

Links interessantes sobre Platão (6° ano)

Caros aluno(a)s,

Depois de um longo inverno, volto a postar no blog. Sem mais, hoje postarei alguns links interessantes para aprofundar o entendimento sobre o pensamento platônico. Abraços e boa pesquisa!

Teoria das formas em Platão

Mito da Cavera

Vídeo sobre "Matrix e o mundo das ideias de Platão"




terça-feira, 26 de novembro de 2013

 Sócrates


Vimos em aulas passadas que os sofistas eram pessoas que ensinavam outras a argumentarem bem de maneira quem aprendia bem a lição poderia convencer a quem quer que fosse com suas palavras.
Porém, esses discursos que os sofistas ensinavam não continham a verdade e eles nem tampouco se preocupavam com ela.
É importante lembrar que os sofistas se consideravam sábios, que sabiam de todas as coisas. (sofista vem de “sofon” que significa sábio e esses pretensos sábios, achavam que o conhecimento verdadeiro não existe e ele depende do discurso daquele que melhor consegue convencer os outros).
Os sofistas tinham um certo prestígio na sociedade grega e eram bem pagos pelos seus serviços. Eles ajudavam os pretensos políticos a discutirem suas ideias e a partir do discurso bonito, os sofistas acreditavam que as pessoas ficariam convencidas de que o discurso mais belo seria o mais verdadeiro.
Porém, contra os sofistas, um homem se rebelou e passou a criticá-los, mostrando que existe uma verdade que vai muito além do discurso bonito. Este homem é Sócrates.
Filho de um escultor e de uma parteira, Sócrates se tornou uma figura conhecida em Atenas desde cedo e, quando contava quarenta anos, era chamado de Sábio.
Seu amigo, Querofonte, foi ao oráculo de Delfos perguntar se havia alguém mais sábio que Sócrates. A resposta foi negativa. Sócrates se irrita com a resposta pois, não se considerava sábio. Ele sai na cidade, procurando as pessoas que se julgavam sábias para então poder perguntar a elas o que era a sabedoria e o que as tornava sábias.
Porém, Sócrates percebe que as pessoas apenas dizem se sábias e possuir conhecimentos mas, na verdade, não sabem muita coisa. Segundo Platão, Sócrates chegou a seguinte conclusão: “Mais sábio do que esse homem eu sou;  é bem provável que nenhum de nós saiba nada mas ele (o sofista) supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, muito menos suponho saber. Parece que sou um pouquinho mais sábio do que ele exatamente por não dizer por aí  que eu saiba o que não sei”. Sócrates continua sua busca pelos mais sábios e percebe que alguns até parecem saber de alguma coisa mas, se metem a falar do que não sabem.



Se os sofistas acreditavam que poderiam ensinar as pessoas a defenderem seus pontos de vista e a parecerem donos da razão, Sócrates, ao contrário, destrói as certezas com bons argumentos.
Sócrates mostra que os sofistas simplesmente ensinavam as pessoas a terem uma boa opinião sobre as coisas mas, pecavam porque uma opinião qualquer não se sustenta diante de argumentos verdadeiros.
Para Sócrates não importam palavras bonitas e sedutoras pois, ele quer chegar à essência das coisas. Mas, o que viria a ser essência?
A essência de algo, é o que faz ela ser o que ela é. Por exemplo: o que é que faz com que a cadeira seja o que ela é? Fácil de responder: é sua função, utilidade, que é a de sentar. Por isso quando perguntamos sobre o que é uma cadeira, definiremos como: “objeto que serve para sentar”. E assim, segundo Sócrates, as coisas tem uma essência que não depende do discurso mas, do pensamento que busca o verdadeiro.
Lembremos que essência, definição e utilidade são sinônimos em vários sentidos!
         Por isso que a ciência sempre busca a essência das coisas pois, está sempre procurando o que é verdadeiro.
Sabemos que o mais correto é falar a verdade porém, Sócrates pagou o preço por expressar sua filosofia e expor as coisas ruins que aconteciam na Grécia antiga. Isso irritou políticos que não gostavam das denúncias de Sócrates. Os antigos professores (os sofistas) também ficaram bastante irritados com Sócrates porque ele ensinava de graça e dizia a seus discípulos que eles não precisavam de professores como os sofistas.  Pagou com sua própria vida pois, foi condenado a beber um veneno chamado cicuta. Sócrates ainda teve a chance de se livrar da acusação se ele prometesse não mais filosofar porém, Sócrates proferiu as seguintes palavras: “Vocês me deixam a escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser horrível, que é viver sem poder passar meus conhecimentos adiante. A outra, que eu não conheço, que é a morte ... escolho pois o desconhecido!”

A imagem anterior é uma representação da condenação de Sócrates e mostra o filósofo ao centro com o cálice de veneno e seus discípulos tristes com a proximidade da morte de seu mestre.


Exercícios


1)    Sócrates era contra ou a favor dos sofistas? Justifique a sua resposta.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2)    Porque é que Sócrates percebe que era mais sábio que os sofistas?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3)    Defina o que é essência

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4)    Porque é que Sócrates foi condenado?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5)    Segundo a sua opinião, qual é a importância de falarmos a verdade?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Santo Agostinho

O cristianismo triunfa em 313, quando o imperador Constantino (c. 280-337), pelo edito de Milão, concede liberdade de culto aos cristãos. Na prática, porém, o cristianismo, com seus fiéis já bem organizados sob a autoridade dos padres, dos bispos e do papa, já possuía uma instituição bastante influente: a Igreja (do grego ekklesía, isto é, "assembléia").
Mas a elevação formal da Igreja de Roma a centro da cristandade acirrou também as disputas entre as interpretações divergentes da mensagem Jesus. No plano político, esse confronto de opiniões seria resolvido no Concílio de Nicéia (325), convocado por Constantino, e em outras reuniões do gênero, em que se estabeleceu a ortodoxia (literalmente, "opinião correta") da doutrina cristã.
Desse processo foram cometidas algumas punições contra os considerados hereges e daí resultou a igreja católica, que em grego significa Igreja universal. A consolidação da ortodoxia exige, no entanto, mais do que um ato de poder que a decrete. Ela também precisa ser convincente, apresentando-se não apenas como revelação mas também como resultado de raciocínios.
A filosofia patrística (dos santos padres, ou seja, dos pais da Igreja) representa, em algumas de suas vertentes, esse esforço de munir a fé de argumentos racionais. Dentre os santos padres, Santo Agostinho é quem leva mais longe a conciliação entre a fé e a razão: elabora a "filosofia cristã", como ele a chamaria.
A vida de Santo Agostinho, minuciosamente narrada por ele próprio em Confissões, é quase uma demonstração, na prática, de seu pensamento: experimentou o ceticismo[1] quanto ao conhecimento, sofreu o abismo do homem em pecado, reencontrou a esperança na graça divina conheceu a felicidade e a certeza da verdade na fé. Agostinho nasceu em 354 em Tagaste, na província romana de Numídia, na atual Argélia. Educou-se em Cartago, onde se tornou professor de retórica.
Mudou-se para Roma e, depois, para Milão. Durante esse período, mostrou grande inquietação intelectual: leu Cícero e uma versão latina de Categorias, de Aristóteles. Em seguida aderiu ao maniqueísmo, seita fundada pelo sábio persa Mani (c. 215-276), baseada na crença de dois princípios absolutos que regeriam o mundo: o Bem e o Mal. Mais tarde, desiludido com os maniqueus, conheceu as concepções da Academia platônica, tomadas por um profundo ceticismo.[2]


(Santo Agostinho)

A vida intelectual de Santo Agostinho


Santo Agostinho era um homem   profundamente preocupado com a questão moral do homem. Embora a sua vida tenha sido bastante atribulada haja vista, seus excessos da juventude tais como a bebida, o jogo, santo Agostinho se converteu ao cristianismo e daí passa a se dedicar a compreender melhor os ensinamentos de Cristo e tenta dar um viés filosófico à sua crença, de maneira que ele é, ao lado de santo Tomás, o maior pensador do cristianismo. Vejamos alguns dos principais aspectos do pensamento agostiniano, começando pela sua busca de Deus.
Santo Agostinho viveu em um período onde o império romano estava ruindo. Invasões bárbaras traziam ainda mais instabilidade ao já vulnerável império. Neste contexto, santo Agostinho viu diversas mortes, coisas bastante ruins que aconteciam no mundo. No começo ele não acreditava no Deus cristão porque ele se perguntava o porquê de tantas pessoas passarem necessidade e outras viverem tão bem. Se perguntava também por que é que se Deus é tão bom, ele permite que essas coisas aconteçam no mundo.
Santo Agostinho passou muito tempo acreditando nesta teoria e sua maior vontade era de conhecer o maior intelectual do maniqueísmo. Ele o conhece mas, se decepciona com o nível intelectual daquele que fora seu grande mestre. Portanto, santo Agostinho ainda permanece bastante angustiado, buscando um novo caminho para sua vida.



O Ceticismo

O ceticismo é uma corrente de pensamento que questiona o poder do intelecto humano para conhecer aquilo que a ciência, filosofia e teologia julgam saber, ou seja, o ceticismo é uma doutrina que prega que o intelecto humano não pode ter nenhuma certeza a respeito da verdade ou do conhecimento verdadeiro. Em um determinado período de sua vida, santo Agostinho foi cético a respeito do conhecimento de Deus. Para santo Agostinho era ilógico acreditar em um Deus que fosse bom e não ajudasse seus filhos a não sofrer. Por isso, não era crente no Deus cristão e,  mesmo se houvesse algum outro Deus, não seria possível que nós o conhecêssemos porque ele não se revelou para nós. Mas, a alma de santo Agostinho tinha muita sede pela verdade e ele não se contentava em permanecer cético.

O Maniqueísmo

Posteriormente Santo Agostinho passou pela escola maniqueísta. Como foi dito acima, o maniqueísmo acreditava que o mundo era regido duas forças contrárias: o Bem e o Mal. Nesta doutrina o homem não agia livremente pois, ele seria um instrumento tanto do Deus do bem quanto do Deus do mal para agir. Então, esta corrente pregava que tudo o que acontecia de ruim ou de bom no mundo não era culpa do ser humano pois, este não agia bem ou mal simplesmente porque queria mas, era ele tal qual uma peça no xadrez que é movida pelo jogador, ou  seja, o homem não tinha vontade Própria.

A Conversão ao Cristianismo de Santo Agostinho

        
Em Milão, num dia qualquer de agosto de 386 da era cristã, um homem de 32 anos de idade chorava nos jardins de sua residência. Deprimido e angustiado, estava à procura de uma resposta definitiva que lhe desse sentido para a vida. Nesse momento ouviu uma voz de criança a catar como se fosse um refrão: “toma e lê, toma e lê”. Levantou-se bruscamente, conteve a torrente de lágrimas, olhou em torno para descobrir de onde vinha o canto, mas não viu mais que um livro sobre a pequena mesa. Abriu e leu a pagina caída por acaso sob seus olhos  “não Caminheis em glutonarias  e embriaguez, não nos prazeres impuros do leito e em leviandades. Não em contendas e emulações, mas revesti-vos de Nosso Senhor Jesus Cristo, e não cuideis da carne com demasiados desejos”.

(Os Pensadores: Santo Agostinho. Texto introdutório de José Américo Motta Pessanha)

Depois de se decepcionar bastante com os rumos tomados pelas suas crenças santo Agostinho finalmente encontra no Cristianismo o conforto e a Verdade que ele tanto buscara. Sua mãe, santa Mônica, que tanto rezou toda a vida para que santo Agostinho se convertesse finalmente havia encontrado o que tanto pedira a Deus. Muito da conversão de santo Agostinho se deve a um outro santo da igreja católica chamado Ambrósio. Este ensinara Agostinho a interpretar a Bíblia e compreender a verdade lá contida.


O problema do mal na filosofia Agostiniana

Como fora dito em aulas passadas um dos problemas que santo Agostinho tinha de resolver era o do mal pois, como é que um Deus bom e misericordioso poderia ter criado o mal?
Santo Agostinho chega a conclusão de que Deus não criou o mal simplesmente porque o mal não é nada senão a privação do bem. Melhor explicando, imagine que há o frio. Segundo a ciência o frio é a falta de calor, ou seja, o frio não é algo que existe mas, a falta de calor assim como o escuro não existe o que existe é a falta de luz. Deus criou o mundo a partir do nada e o mesmo mundo não é perfeito. Contem ainda imperfeições e estas imperfeições estão no mundo porque este foi tirado do nada mas, não foi criado perfeito por Deus e por isso ainda carrega ainda um pouco do nada do qual foi criado.
Da mesma maneira acontece com o mal. O mal não existe, não é nada senão, falta do bem.
Segundo santo Agostinho somente o homem pode agir bem ou mal pois é somente ele quem pode escolher de que maneira agir, ele é livre. A liberdade do homem é um bem , haja vista que dá a ele a possibilidade de fazer escolhas. Assim como a mão que pode fazer carinho, ajudar alguém ou pode machucar. Ela em si é um bem porque pode escolher o que fazer.
Como dá para perceber a filosofia agostiniana sobre a liberdade é muito parecida com a de Sartre porém, mais de mil anos e quinhentos anos antes de Sartre nascer santo Agostinho já havia formulado uma teoria sobre a liberdade que permanece ainda hoje.
Mas, segundo santo Agostinho a liberdade do homem não depende da razão mas, da vontade, pois, o homem tem de desejar agir antes de fazer uma escolha racional.

Exercícios

1)    Do que trata a obra Agostiniana das Confissões?


____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2)    Por que é que santo Agostinho não acreditava no Deus cristão antes de sua conversão?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3)    Explique: o que é o Ceticismo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4)    Explique: o que é o Maniqueísmo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5)    Por que é que segundo santo Agostinho o mal não existe?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________





[1] Veja mais a frente o significado deste termo
[2] Extraído do livro “História da Filosofia” de Will Durant

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Caros alunos do 7° ano. Disponibilizo um vídeo sobre o argumento agostiniano acerca de Deus ser autor do mal. É dito na legenda do vídeo que o estudante que interroga seu professor é o famoso físico Albert Einstein porém, busquei na internet a veracidade de tal informação mas, tudo indica que não é verdadeira. Como nosso interesse é no argumento agostiniano, foquemos nele para melhor compreender o conteúdo dado em sala de aula.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

1° Ficha do 3°Período (7°ano)

Sartre e a Liberdade



Como vimos em sala de aula, Sartre foi um filósofo francês muito importante no século XX. Suas ideias influenciaram diversos intelectuais e criaram tendências que até hoje nos dão o que pensar. Talvez a sua principal questão filosófica tenha sido a da existência humana. Nós sabemos que somos livres para escolher nosso caminho na vida. Podemos nos tornar jogadores de futebol, juízes, médicos, etc. Sartre tentará explicar que o homem, por ser livre, é completamente responsável pelas suas escolhas e tudo aquilo que ele se torna, é de sua inteira responsabilidade. Antes de trabalharmos o porquê do homem ser livre, segundo Sartre, comecemos por explicar a questão da existência.

A Existência em Sartre

Vivemos em um mundo preenchido por diversas coisas: casas, pessoas, árvores, mares, rios etc. praticamente tudo ao nosso redor tem uma definição, um conceito ou essência, por exemplo, quando conceituo cadeira, o faço dizendo que ela é um objeto que tem por finalidade possibilitar o assento para as pessoas. Se defino um ventilador, digo que é um objeto que serve para refrescar. Mas, qual seria a definição de homem (homem enquanto ser humano e não o humano do gênero masculino)? As mais diversas correntes filosóficas tentaram responder a esta pergunta. A resposta que foi dada por grande parte dos filósofos do século xx foi a de que o ser humano não tem uma definição como os outros objetos pois, somente nós podemos escolher o que queremos ser. Um passarinho não pode escolher fazer algo diferente do que ele faz. Ele é, por assim dizer, condicionado a fazer o que a natureza o “programou para fazer”. O passarinho não pode, por exemplo, fazer um ninho duplex ou muito menos um condomínio para passarinhos. Somente o ser humano é que pode escolher seus caminhos e aquilo que ele quer ser. Por isso é que ele é livre e existe de maneira diferenciada dos outros animais.

A liberdade enquanto essência do homem

Se tivermos de dar uma essência ou definição ao homem, podemos dizer que ele é um ser de liberdade pois, está sempre escolhendo. Nós escolhemos sempre aquilo que consideramos que seja bom para nós. Sempre escolhemos as coisas visando nosso bem estar e consequentemente nossa felicidade. Por exemplo, quando decidimos optar por algum curso universitário, o fazemos porque achamos que nossa escolha vais nos deixar mais felizes e realizados.
A liberdade é uma coisa tão ligada ao homem que Sartre chega a dizer que “o homem está condenado a ser livre”. E porque é que estamos, segundo Sartre, condenados a ser livres? Porque nós não podemos de maneira nenhuma negar que somos nós quem escolhemos nossos caminhos e por termos escolhido, somos inteiramente responsáveis e não podemos colocar a culpa de nossas ações em ninguém. Por exemplo, um rapaz que teve um estresse grande no trabalho se descontrola porque está com raiva e acaba por tratar mal algumas pessoas que não tinham nada a ver com seu problema e, posteriormente a isto a pessoa que estava com raiva mal pede desculpas a quem ele tratou mal e põe a culpa de sua agressividade nos seu problema. Porém, ele não poderia ter pensado um pouco melhor e não ter tratado mal as pessoas? Mas, ele preferiu agir agressivamente e depois colocar a culpa nos problemas que ele estava passando. Segundo o pensamento sartreano, ele agiu de má-fé. E o que seria a má-fé?
A má-fé se caracteriza pela ação do indivíduo em culpar outras pessoas pelas suas próprias responsabilidades, como o rapaz estressadinho que usamos como exemplo.



A Limitação da Liberdade

            Qual seria o limite de nossa liberdade? Poderíamos dizer que a liberdade do homem não tem limites? Acreditamos que o homem é livre para escolher o que quer de sua vida mas, temos nossas limitações. A limitação física que chega com o passar dos  anos, a limitação socioeconômica. Este último tipo de limitação é extremamente visível em nossa realidade. Quanto mais alguém é privado de dinheiro, menos acesso às coisas ela tem. Logo, fica mais difícil para alguém que não tem dinheiro conseguir ter muitas opções de escolha.
         Porém, a limitação socioeconômica não retira a liberdade das pessoas. Haja vista são conhecidos inúmeros casos onde pessoas que não tinham nada, se esforçaram e conseguiram realizar seus sonhos.

Exercícios

1)    Porque o homem existe de maneira diferenciada dos outros seres?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2)    Porque poderíamos definir o homem como “ser que é livre para escolher”?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


3)    O que Sartre quis dizer quando disse que “o homem está condenado à liberdade”?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4)    Porque é que nós somos responsáveis pelas nossas escolhas?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


5)    Comente a seguinte frase: “mesmo que tenhamos certas limitações, nem por isso deixamos de ser seres livres”

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________













1°Ficha do 3°Período (6°ano)


Os Sofistas e a Relativização da Verdade

Vimos em aulas passadas que os gregos antigos utilizavam os mitos para poder explicar os fenômenos naturais, as guerras, o amor, etc. Porém, a partir do momento em que a filosofia aconteceu, os gregos passaram a explicar as coisas de maneira racional buscando saber qual era o princípio do mundo, de onde tudo se originava. Nós, que somos filósofos por natureza, gostamos de saber, de perguntar coisas, tais como: de onde viemos, para onde vamos? Sabemos que os primeiros filósofos buscavam explicação na natureza. Porém, com o passar do tempo, os filósofos passaram a prestar mais atenção nos seres humanos. E por que passaram a prestar mais atenção? A resposta a essa questão está na questão da democracia ateniense. Com a democracia, as decisões políticas eram debatidas pelos cidadãos e por isso, era preciso focar as atenções na inteligência e na capacidade de argumentar das pessoas. Numa sociedade onde os debates são importantes, é preciso saber falar bem, na verdade, falar muito bem! Para isso, haviam professores encarregados de educar os cidadãos para que eles pudessem aprender a falar bem e defender seu ponto de vista político.
Dessa educação encarregam-se os sofistas. Os sofistas (literalmente, "sábios") são estrangeiros. Como sabemos, estrangeiros não tinham direito à participação nas decisões políticas pois, somente os cidadãos poderiam participar do processo democrático. Os sofistas não se preocupavam com a verdade e sim, com o discurso. "Basta-lhes que seus discípulos aprendam a falar não importa o quê, mas bem, de modo convincente e que os remunerem pelo ensino. Dizia-se até que um aluno, para se considerar apto, deveria convencer o mestre a não receber o pagamento. Se não conseguisse convencê-lo a lição fora mal ministrada e não mereceria remuneração. Se o conseguisse, não haveria por que pagar".  (Will Durant)


Na ilustração acima, podemos ver um homem que dialoga para tentar convencer os demais de suas ideias. O sofista prepararia os seus alunos para poder debater em praça pública e defender suas ideias da maneira que melhor convencessem as pessoas.


(ilustração aproximada de como eram tomadas as decisões políticas na Grécia)

Se formos trazer para a nossa realidade atual, podemos dizer que o sofista era um indivíduo que ensinaria um candidato à prefeitura de Olinda a convencer os eleitores com discursos bonitos. Por isso que outros filósofos posteriores como Sócrates, Platão e Aristóteles não concordavam com os sofistas, pois, eles se preocupavam mais em ensinar a falar bonito do que mostrar a verdade. Por exemplo: imaginemos que a sua turma de 6°ano esteja pretendendo ir a uma viagem e o destino desta viagem seja: Disney, Paris ou Nova York. Vocês devem debater entre si qual seria o melhor lugar para a sua série viajar. Um sofista iria ensinar a vocês como falar tão bem a ponto de fazer com que vocês estivessem prontos para debater e discutir argumentando da maneira mais persuasiva possível, sem se preocupar em ensinar valores do que é certo e errado, do que é verdadeiro ou falso. Esse papel ficaria por conta dos cidadãos, que iriam a partir do seu discurso tentar convencer os cidadãos do que seria o bem e o mal, o certo e errado, o justo ou injusto.

Exercício

1)   Porque é que a preocupação dos filósofos antigos em um certo período da história modificou-se da natureza para a discussão sobre o homem?

__________________________________________________________________________________________________________________________________

2)   Quem eram e o que faziam os sofistas?
__________________________________________________________________________________________________________________________________

3)   Porque é que o sofista não poderia participar diretamente da vida política de Atenas?

__________________________________________________________________________________________________________________________________

4)   O sofista se preocupava com os valores do que é certo ou errado? Do justo ou do injusto? Justifique a sua resposta.

__________________________________________________________________________________________________________________________________

5)   Você consegue perceber que ainda o discurso sofístico ainda existe e com força nos nossos dias? Onde?

__________________________________________________________________________________________________________________________________

terça-feira, 25 de junho de 2013

FICHA DO 7°ANO

Liberdade




(Retirado da página de humor do Facebook “O bode gaiato”)

Podemos dizer que a liberdade é o bem mais valioso que nós temos. Seria muito estranho alguém que se privasse da sua liberdade por decisão própria. A liberdade é uma coisa tão valiosa que quando alguém comete um crime, a punição mais temível, fora a pena de morte, é a prisão. Mas, será que nós sabemos exatamente o que é liberdade?  
Tendemos a dizer que liberdade é fazer aquilo que queremos fazer. Disso, podemos concluir que liberdade é a ausência de determinações que nos obriguem a fazer o que não queremos. Porém, antes de falar sobre liberdade propriamente, falemos sobre o que vem a ser o determinismo: “De acordo com o Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, determinismo  é o “princípio segundo o qual tudo no universo, até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente determinado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão da nossa cabeça”. Segundo o Vocabulário de Filosofia, determinismo é “a teoria segundo a qual tudo está determinado, isto é, submetido a condições necessárias e suficientes, elas próprias também determinadas”.
Até hoje, encontramos muitas pessoas que dizem: “o destino está traçado”. Esta expressão quer dizer que todas as nossas ações e nosso comportamento não são frutos dos nossos quereres, mas, de uma lei geral que determina nossos comportamentos. Na Grécia antiga, havia a concepção de que não tínhamos liberdade sobre nossos atos. Vejamos um resumo da história do dramaturgo Sófocles, que sintetiza bem a ideia do determinismo para os povos antigos. (Resumo retirado da Wikipedia, no verbete: Édipo).
            Monte Citerão, entre Tebas e Corinto. Um bebê foi abandonado as margens de um rio e um pastor, por piedade, salva o menino. E é adotado por um rei chamado Pólibo. Muitos anos depois, o jovem de nome Édipo decide ir ao oráculo de Delfos para perguntar sobre sua origem. Lá ele recebe uma terrível profecia: estava destinado a matar o pai e casar com a própria mãe. A fim de evitar o desastre, Édipo abandona Corinto. Em suas andanças, encontra um velho homem, que o maltrata. Com muita raiva, mata o viajante e quase toda sua turma (um só homem escapa). Seguindo sem rumo, chega às portas de Tebas, onde a Esfinge propõe-lhe um enigma. Se errar, morrerá. A resposta de Édipo salva a sua vida e a da cidade. Como dupla recompensa, recebe de Creonte – irmão da rainha e até então regente de Tebas – o título de rei e a mão de Jocasta, viúva de Laio, o rei assassinado misteriosamente.

Passam-se mais de quinze anos. Uma peste terrível assola a cidade. Após consulta ao oráculo de Delfos, Creonte diz ao rei que, para livrar a cidade do flagelo, é preciso encontrar e punir o assassino de Laio. Édipo diz aos tebanos que o criminoso, banido, será maldito para sempre. O cego Tirésias, chamado para ajudar nas investigações, diz a Édipo que o assassino está mais perto do que ele imagina. O rei se lembra então da antiga profecia que o fez sair de Corinto e teme ter fracassado na tentativa de se opor ao seu destino. Em pouco tempo, chega um mensageiro de Corinto noticiando a morte de Pólibo, de quem Édipo não era filho legítimo, conforme se vem a saber. Quase ao mesmo tempo, aparece o homem que compunha a comitiva de Laio no dia em que este foi morto. Trata-se do mesmo pastor que abandonara o bebê no monte Citerão. Aquela criança está agora diante dele: é o rei de Tebas. Tudo se revela: Édipo matara seu verdadeiro pai (Laio) e desposara sua mãe (Jocasta).
A rainha suicida-se e Édipo fura os próprios olhos. Cego, Édipo decide abandonar a cidade. Seguindo a sugestão de Creonte, porém, permanece por mais algum tempo em Tebas. Testemunhando a luta de seus dois filhos pelo poder, amaldiçoa-os e torna-se novamente andarilho; sua filha Antígona guia-o. Ao aproximar-se dos bosques de Colono, pressente que logo morrerá. A terra que o acolhe se torna sagrada.
            Vemos com esse resumo, o espírito determinista que havia entre os gregos. Com o advento (a chegada) do cristianismo, a ideia de que somos livres  começa a ganhar força, de tal maneira que influenciou e influencia até hoje as civilizações do mundo.

TIPOS DE LIBERDADE[1]
Quando nos referimos à liberdade de maneira geral, é preciso admitir que são variadas as maneiras pelas quais pode­mos compreendê-la. Se ninguém é so­litário, pois convive na comunidade dos homens, a liberdade é um desafio que permeia todos os campos da atividade humana.
Assim, podemos falar em liberdade ética quando nos referimos ao sujeito moral, capaz de decidir por si mesmo a respeito de como deve se conduzir sua vida, em relação a si mesmo e aos outros. Kant dizia que a liberdade consiste na obe­diência às leis que o próprio sujeito mo­ral se impõe.
No entanto, ser autônomo é um de­safio que muitas pessoas não conse­guem suportar. Os riscos de enganos, a  angústia de ter sempre que decidir por si próprio e a responsabilidade que o ato li­vre acarreta fazem com que a liberda­de seja considerada antes um pesado fardo do que privilégio. Por isso há tantos que a ela renunciam, para se aco­modarem na segurança das verdades dadas.
A liberdade econômica onde as pessoas podem adquirir os bens que elas querem, podem pagar pelos serviços que querem, sejam eles, escolas, restaurantes, planos de saúde, etc.
Porém, nem todo mundo tem essa liberdade econômica. Muitas pessoas vivem a sua vida
A liberdade jurídica é uma das conquis­tas das modernas sociedades democrá­ticas que defendem a igualdade perante a lei. Ninguém pode ser submetido à servidão e à escravidão; qualquer um tem (ou deveria ter...) a garantia da li­berdade de locomoção, pensamento, agremiação e ação, nos limites estabe­lecidos pela lei.
A aristocracia supõe a existência de indivíduos "especiais" (aristos, "óti­mo") que teriam privilégios. Foi con­tra as vantagens da nobreza que a bur­guesia se insurgiu no século XVIII, im­plantando os ideais contidos na Decla­ração dos Direitos que serviram de ins­piração para a construção da nova or­dem jurídica daí em diante.
No entanto, nem todos têm acesso à lei de igual maneira. A justiça é lenta e cara e o poder econômico interfere sempre que pode. Ao se fazer as leis de um país, é quase impossível evitar a in­terferência daqueles que detêm algum poder e desejam manter privilégios. Por ocasião da Constituinte de 1988, a dis­cussão a respeito dos mais diversos as­suntos, como reforma agrária, aposen­tadoria e verbas para educação públi­ca, foi alvo de pressões as mais diver­sas, não podendo ser subestimadas as forças decorrentes do poder econômico.
Até aqui nos referimos ao homem enquanto participante da sociedade civil, isto é, enquanto pai, filho, trabalha­dor, empresário, estudante e assim por diante. Os espaços da casa, da fábrica, da escola são caminhos possíveis da li­berdade (ou não!...).
A liberdade política se coloca no espa­ço público, no espaço do cidadão, isto é, do homem enquanto participante dos destinos de sua cidade, de seu estado e país
Há liberdade política quando o cida­dão tem conhecimento do que aconte­ce nas diversas instâncias do poder pú­blico. Além do conhecimento, é preci­so que exista a liberdade de opinião, de voto, de associação, enfim do livre exer­cício da cidadania, com suas múltiplas características.
Ser livre em política é amadurecer o suficiente para aceitar o pluralismo, e portanto conviver com a diferença e os inevitáveis confrontos dela decorrentes. É amadurecer para superar os interes­ses pessoais quando isso for exigido pe­lo interesse coletivo.
Um, filósofo do século XVI, perguntava-se, um tanto confuso, por que o homem troca a liberdade pela "servidão voluntária", essa estranha expressão aparentemente inconcebível: como é possível que o homem, sendo essencialmente liberdade, deseje se submeter a outro?
Não precisamos ir longe para confir­mar isso: quando vivemos situações de relativa intranqüilidade, com muitas greves, inflação ou alto índice de crimi­nalidade, sempre surgem pessoas que anseiam por um "braço forte" que "po­nha ordem na casa". Pede-se a volta do "pai onipotente", quer seja Hitler na Alemanha nazista, quer sejam os gene­rais do golpe militar no Brasil.
Podemos concluir que a liberdade não é alguma coisa que é dada, mas re­sulta de um projeto de ação. É uma ár­dua tarefa cujos desafios nem sempre são suportados pelo homem, daí resul­tando os riscos de perda da liberdade. Como vimos, os descaminhos da liber­dade surgem quando ela é sufocada à revelia do sujeito no caso da escra­vidão, da prisão injusta, da exploração do trabalho, do governo autoritário — ou quando o próprio homem a ela ab­dica, seja por comodismo, medo ou insegurança.
Cabe à reflexão filosófica o olhar atento para denunciar os atos de pre­potência bem como a ação silenciosa da alienação e da ideologia.


Exercício

1)    Defina o que vem a ser liberdade na sua concepção.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2)    Conceitue o que vem a ser Determinismo.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3)    Que relações podemos fazer com o mito de Édipo e o determinismo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4)    Comente a seguinte frase do músico Renato Russo na canção “Há Tempos”: “disciplina é liberdade”

_________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________

5)    Comente sobre a relação entre o tipo de liberdade, chamado liberdade econômica e o documentário “Ilha das flores”.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


[1] Adaptado do livro “Temas de Filosofia”