segunda-feira, 14 de outubro de 2013

1° Ficha do 3°Período (7°ano)

Sartre e a Liberdade



Como vimos em sala de aula, Sartre foi um filósofo francês muito importante no século XX. Suas ideias influenciaram diversos intelectuais e criaram tendências que até hoje nos dão o que pensar. Talvez a sua principal questão filosófica tenha sido a da existência humana. Nós sabemos que somos livres para escolher nosso caminho na vida. Podemos nos tornar jogadores de futebol, juízes, médicos, etc. Sartre tentará explicar que o homem, por ser livre, é completamente responsável pelas suas escolhas e tudo aquilo que ele se torna, é de sua inteira responsabilidade. Antes de trabalharmos o porquê do homem ser livre, segundo Sartre, comecemos por explicar a questão da existência.

A Existência em Sartre

Vivemos em um mundo preenchido por diversas coisas: casas, pessoas, árvores, mares, rios etc. praticamente tudo ao nosso redor tem uma definição, um conceito ou essência, por exemplo, quando conceituo cadeira, o faço dizendo que ela é um objeto que tem por finalidade possibilitar o assento para as pessoas. Se defino um ventilador, digo que é um objeto que serve para refrescar. Mas, qual seria a definição de homem (homem enquanto ser humano e não o humano do gênero masculino)? As mais diversas correntes filosóficas tentaram responder a esta pergunta. A resposta que foi dada por grande parte dos filósofos do século xx foi a de que o ser humano não tem uma definição como os outros objetos pois, somente nós podemos escolher o que queremos ser. Um passarinho não pode escolher fazer algo diferente do que ele faz. Ele é, por assim dizer, condicionado a fazer o que a natureza o “programou para fazer”. O passarinho não pode, por exemplo, fazer um ninho duplex ou muito menos um condomínio para passarinhos. Somente o ser humano é que pode escolher seus caminhos e aquilo que ele quer ser. Por isso é que ele é livre e existe de maneira diferenciada dos outros animais.

A liberdade enquanto essência do homem

Se tivermos de dar uma essência ou definição ao homem, podemos dizer que ele é um ser de liberdade pois, está sempre escolhendo. Nós escolhemos sempre aquilo que consideramos que seja bom para nós. Sempre escolhemos as coisas visando nosso bem estar e consequentemente nossa felicidade. Por exemplo, quando decidimos optar por algum curso universitário, o fazemos porque achamos que nossa escolha vais nos deixar mais felizes e realizados.
A liberdade é uma coisa tão ligada ao homem que Sartre chega a dizer que “o homem está condenado a ser livre”. E porque é que estamos, segundo Sartre, condenados a ser livres? Porque nós não podemos de maneira nenhuma negar que somos nós quem escolhemos nossos caminhos e por termos escolhido, somos inteiramente responsáveis e não podemos colocar a culpa de nossas ações em ninguém. Por exemplo, um rapaz que teve um estresse grande no trabalho se descontrola porque está com raiva e acaba por tratar mal algumas pessoas que não tinham nada a ver com seu problema e, posteriormente a isto a pessoa que estava com raiva mal pede desculpas a quem ele tratou mal e põe a culpa de sua agressividade nos seu problema. Porém, ele não poderia ter pensado um pouco melhor e não ter tratado mal as pessoas? Mas, ele preferiu agir agressivamente e depois colocar a culpa nos problemas que ele estava passando. Segundo o pensamento sartreano, ele agiu de má-fé. E o que seria a má-fé?
A má-fé se caracteriza pela ação do indivíduo em culpar outras pessoas pelas suas próprias responsabilidades, como o rapaz estressadinho que usamos como exemplo.



A Limitação da Liberdade

            Qual seria o limite de nossa liberdade? Poderíamos dizer que a liberdade do homem não tem limites? Acreditamos que o homem é livre para escolher o que quer de sua vida mas, temos nossas limitações. A limitação física que chega com o passar dos  anos, a limitação socioeconômica. Este último tipo de limitação é extremamente visível em nossa realidade. Quanto mais alguém é privado de dinheiro, menos acesso às coisas ela tem. Logo, fica mais difícil para alguém que não tem dinheiro conseguir ter muitas opções de escolha.
         Porém, a limitação socioeconômica não retira a liberdade das pessoas. Haja vista são conhecidos inúmeros casos onde pessoas que não tinham nada, se esforçaram e conseguiram realizar seus sonhos.

Exercícios

1)    Porque o homem existe de maneira diferenciada dos outros seres?

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2)    Porque poderíamos definir o homem como “ser que é livre para escolher”?

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3)    O que Sartre quis dizer quando disse que “o homem está condenado à liberdade”?

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4)    Porque é que nós somos responsáveis pelas nossas escolhas?

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5)    Comente a seguinte frase: “mesmo que tenhamos certas limitações, nem por isso deixamos de ser seres livres”

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1°Ficha do 3°Período (6°ano)


Os Sofistas e a Relativização da Verdade

Vimos em aulas passadas que os gregos antigos utilizavam os mitos para poder explicar os fenômenos naturais, as guerras, o amor, etc. Porém, a partir do momento em que a filosofia aconteceu, os gregos passaram a explicar as coisas de maneira racional buscando saber qual era o princípio do mundo, de onde tudo se originava. Nós, que somos filósofos por natureza, gostamos de saber, de perguntar coisas, tais como: de onde viemos, para onde vamos? Sabemos que os primeiros filósofos buscavam explicação na natureza. Porém, com o passar do tempo, os filósofos passaram a prestar mais atenção nos seres humanos. E por que passaram a prestar mais atenção? A resposta a essa questão está na questão da democracia ateniense. Com a democracia, as decisões políticas eram debatidas pelos cidadãos e por isso, era preciso focar as atenções na inteligência e na capacidade de argumentar das pessoas. Numa sociedade onde os debates são importantes, é preciso saber falar bem, na verdade, falar muito bem! Para isso, haviam professores encarregados de educar os cidadãos para que eles pudessem aprender a falar bem e defender seu ponto de vista político.
Dessa educação encarregam-se os sofistas. Os sofistas (literalmente, "sábios") são estrangeiros. Como sabemos, estrangeiros não tinham direito à participação nas decisões políticas pois, somente os cidadãos poderiam participar do processo democrático. Os sofistas não se preocupavam com a verdade e sim, com o discurso. "Basta-lhes que seus discípulos aprendam a falar não importa o quê, mas bem, de modo convincente e que os remunerem pelo ensino. Dizia-se até que um aluno, para se considerar apto, deveria convencer o mestre a não receber o pagamento. Se não conseguisse convencê-lo a lição fora mal ministrada e não mereceria remuneração. Se o conseguisse, não haveria por que pagar".  (Will Durant)


Na ilustração acima, podemos ver um homem que dialoga para tentar convencer os demais de suas ideias. O sofista prepararia os seus alunos para poder debater em praça pública e defender suas ideias da maneira que melhor convencessem as pessoas.


(ilustração aproximada de como eram tomadas as decisões políticas na Grécia)

Se formos trazer para a nossa realidade atual, podemos dizer que o sofista era um indivíduo que ensinaria um candidato à prefeitura de Olinda a convencer os eleitores com discursos bonitos. Por isso que outros filósofos posteriores como Sócrates, Platão e Aristóteles não concordavam com os sofistas, pois, eles se preocupavam mais em ensinar a falar bonito do que mostrar a verdade. Por exemplo: imaginemos que a sua turma de 6°ano esteja pretendendo ir a uma viagem e o destino desta viagem seja: Disney, Paris ou Nova York. Vocês devem debater entre si qual seria o melhor lugar para a sua série viajar. Um sofista iria ensinar a vocês como falar tão bem a ponto de fazer com que vocês estivessem prontos para debater e discutir argumentando da maneira mais persuasiva possível, sem se preocupar em ensinar valores do que é certo e errado, do que é verdadeiro ou falso. Esse papel ficaria por conta dos cidadãos, que iriam a partir do seu discurso tentar convencer os cidadãos do que seria o bem e o mal, o certo e errado, o justo ou injusto.

Exercício

1)   Porque é que a preocupação dos filósofos antigos em um certo período da história modificou-se da natureza para a discussão sobre o homem?

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2)   Quem eram e o que faziam os sofistas?
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3)   Porque é que o sofista não poderia participar diretamente da vida política de Atenas?

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4)   O sofista se preocupava com os valores do que é certo ou errado? Do justo ou do injusto? Justifique a sua resposta.

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5)   Você consegue perceber que ainda o discurso sofístico ainda existe e com força nos nossos dias? Onde?

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