Sócrates
Vimos
em aulas passadas que os sofistas eram pessoas que ensinavam outras a
argumentarem bem de maneira quem aprendia bem a lição poderia convencer a quem
quer que fosse com suas palavras.
Porém,
esses discursos que os sofistas ensinavam não continham a verdade e eles nem
tampouco se preocupavam com ela.
É importante lembrar
que os sofistas se consideravam sábios, que sabiam de todas as coisas. (sofista
vem de “sofon” que significa sábio e esses pretensos sábios, achavam que o
conhecimento verdadeiro não existe e ele depende do discurso daquele que melhor
consegue convencer os outros).
Os
sofistas tinham um certo prestígio na sociedade grega e eram bem pagos pelos
seus serviços. Eles ajudavam os pretensos políticos a discutirem suas ideias e
a partir do discurso bonito, os sofistas acreditavam que as pessoas ficariam
convencidas de que o discurso mais belo seria o mais verdadeiro.
Porém,
contra os sofistas, um homem se rebelou e passou a criticá-los, mostrando que
existe uma verdade que vai muito
além do discurso bonito. Este homem é Sócrates.
Filho
de um escultor e de uma parteira, Sócrates se tornou uma figura conhecida em
Atenas desde cedo e, quando contava quarenta anos, era chamado de Sábio.
Seu
amigo, Querofonte, foi ao oráculo de Delfos perguntar se havia alguém mais
sábio que Sócrates. A resposta foi negativa. Sócrates se irrita com a resposta
pois, não se considerava sábio. Ele sai na cidade, procurando as pessoas que se
julgavam sábias para então poder perguntar a elas o que era a sabedoria e o que
as tornava sábias.
Porém,
Sócrates percebe que as pessoas apenas dizem se sábias e possuir conhecimentos
mas, na verdade, não sabem muita coisa. Segundo Platão, Sócrates chegou a
seguinte conclusão: “Mais sábio do que esse homem eu sou; é bem provável que nenhum de nós saiba nada
mas ele (o sofista) supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não
sei, muito menos suponho saber. Parece
que sou um pouquinho mais sábio do que ele exatamente por não dizer por aí que eu saiba o que não sei”. Sócrates
continua sua busca pelos mais sábios e percebe que alguns até parecem saber de
alguma coisa mas, se metem a falar do que não sabem.
Se os
sofistas acreditavam que poderiam ensinar as pessoas a defenderem seus pontos
de vista e a parecerem donos da razão, Sócrates, ao contrário, destrói as
certezas com bons argumentos.
Sócrates
mostra que os sofistas simplesmente ensinavam as pessoas a terem uma boa
opinião sobre as coisas mas, pecavam porque uma opinião qualquer não se
sustenta diante de argumentos verdadeiros.
Para
Sócrates não importam palavras bonitas e sedutoras pois, ele quer chegar à essência das coisas. Mas, o que viria a
ser essência?
A
essência de algo, é o que faz ela ser o que ela é. Por exemplo: o que é que faz
com que a cadeira seja o que ela é? Fácil de responder: é sua função,
utilidade, que é a de sentar. Por isso quando perguntamos sobre o que é uma
cadeira, definiremos como: “objeto que serve para sentar”. E assim, segundo
Sócrates, as coisas tem uma essência que não depende do discurso mas, do
pensamento que busca o verdadeiro.
Lembremos que essência,
definição e utilidade são sinônimos em vários sentidos!
Por isso que a ciência sempre busca a
essência das coisas pois, está sempre procurando o que é verdadeiro.
Sabemos
que o mais correto é falar a verdade porém, Sócrates pagou o preço por
expressar sua filosofia e expor as coisas ruins que aconteciam na Grécia antiga.
Isso irritou políticos que não gostavam das denúncias de Sócrates. Os antigos
professores (os sofistas) também ficaram bastante irritados com Sócrates porque
ele ensinava de graça e dizia a seus discípulos que eles não precisavam de
professores como os sofistas. Pagou com
sua própria vida pois, foi condenado a beber um veneno chamado cicuta. Sócrates
ainda teve a chance de se livrar da acusação se ele prometesse não mais
filosofar porém, Sócrates proferiu as seguintes palavras: “Vocês me deixam a
escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser horrível, que é viver sem poder
passar meus conhecimentos adiante. A outra, que eu não conheço, que é a morte
... escolho pois o desconhecido!”
A imagem anterior é
uma representação da condenação de Sócrates e mostra o filósofo ao centro com o
cálice de veneno e seus discípulos tristes com a proximidade da morte de seu
mestre.
Exercícios
1) Sócrates era contra
ou a favor dos sofistas? Justifique a sua resposta.
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2) Porque é que
Sócrates percebe que era mais sábio que os sofistas?
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3) Defina o que é
essência
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4) Porque é que
Sócrates foi condenado?
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5) Segundo a sua
opinião, qual é a importância de falarmos a verdade?
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